quarta-feira, 27 de julho de 2016

CÂNCER DE PELE E MEDIDAS DE FOTOPROTEÇÃO

       Atualmente, câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, caracteriza-se pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos desse tipo de crescimento celular.
Câncer de pele é a segunda causa de óbito no Brasil, dentre os tipos distingue-se o melanoma cutâneo que tem predominância em adultos brancos. Representa apenas 4% das neoplasias malignas da pele, sendo o tipo mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
De acordo com Leal, Costa e Holanda, (2014) a pele é um órgão que reveste todo o corpo do indivíduo e é o grande responsável pela proteção contra as agressões externas, tais como: fungos, bactérias, dentre outros, e ainda os fatores ambientais, como o sol. Porém, mesmo com toda esta proteção, a pele é permeável e absorve substâncias, e considerando então, o tempo de exposição, pode o individuo desenvolver alterações que podem levar ao que é denominado de câncer.



Dentre os inúmeros fatores de risco para o desenvolvimento de neoplasia maligna epitelial, Lages et al.  (2012) também destaca a exposição solar como o maior agente ambiental implicado na indução de câncer de pele não melanoma, estando também relacionado ao desenvolvimento do melanoma. O câncer não-melanoma está associado à ação solar cumulativa, e o melanoma, a episódios intensos de exposição solar aguda, resultando em queimadura solar. Assim, a exposição solar de maneira frequente e gradativa, mesmo sem queimaduras, pode danificar a pele pelo efeito cumulativo da radiação ultravioleta.

O câncer de pele é a neoplasia maligna mais comum tanto em homens como em mulheres, em todo o mundo. A identificação dos seus estágios iniciais pode reduzir taxas de morbidade e mortalidade, o que pode ser realizado por meio de três níveis de programas de prevenção: a primária previne a ocorrência da enfermidade, a secundária consiste no diagnóstico precoce por meio de rastreamento e a terciária previne deformidades, recidivas e morte. (op cit.)

Segundo Silva e Botelho (2011) a prevenção primária do câncer da pele deve ter como principal população-alvo a infantil, uma vez que as crianças se expõem ao sol três vezes mais que os adultos, e a exposição cumulativa durante os primeiros 10 a 20 anos de vida determinam o risco de câncer da pele, mostrando ser a infância uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol.
O INCA (2011) afirma que as células normalmente sofrem processos de mutação espontânea que não alteram seu desenvolvimento normal, porém podem sofrer uma mutação genética, ou seja, alterações no DNA dos genes e quando são alterados passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que, a princípio, são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas, assim o processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos, e características individuais (hereditárias) são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor.



Para Didier, Brum e Aerts (2014) a fotoproteção é mencionada como um dos principais meios para redução dos índices de câncer de pele, assim como a pele branca demonstrou-se mais propensa. E a escolaridade e informações também foram tidas como de grande relevância para a prevenção, assim como medidas educativas desenvolvidas pela enfermagem para orientar as pessoas como um todo, e principalmente grupos de risco, ou seja, pessoas que necessariamente estão expostas aos raios solares diariamente.




Um dos grupos de maior risco apontado são as crianças por estas se exporem várias horas a radiação solar em brincadeiras e apesar dos pais terem apresentado alguns conhecimentos sobre os riscos da exposição solar sem proteção, Silva e Botelho (2011) atribui o baixo índice de utilização de fotoprotetores pelas crianças como consequência do baixo nível de informação que os pais têm sobre o tema, sugerindo assim a necessidade de ações de educação em saúde efetiva na escola e também na comunidade.



Os homens foram apontados como os que apresentam proteção inadequada com relação às mulheres dentre as justificativas encontra-se a de que as mulheres ainda são as mais preocupadas com a saúde, como foi demonstrado por Lages et al. (2012) de que numa amostra de 1141 pessoas examinadas 35,4% eram homens, e destes 73,1% relataram proteção solar inadequada.



O INCA- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, estima que haverá 596.070 novos casos de câncer em 2016, destes o de Pele, próstata e mama serão os cânceres mais incidentes. O tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma 175.760 casos novos a cada ano.
Diante do exposto, percebe-se que a história pessoal e familiar de neoplasia epitelial, cor não-negra e sexo masculino estiveram associados com maiores chances de desenvolvimento de câncer de pele. Além disso, a exposição solar sem proteção
Acrescenta-se também com base nas leituras, que são necessárias ações efetivas desenvolvidas pelas equipes de saúde visando esclarecer dúvidas e incentivar medidas de fotoproteção, principalmente nos grupos de maior risco ao desenvolvimento de neoplasias. Assim como o desenvolvimento de ações de políticas públicas voltadas para a prevenção.



Veja esse vídeo, para conhecer um pouco mais sobre o câncer de pele:


REFERÊNCIAS

DIDIER , F. B. C. W.; BRUM, L. F. S.; AERTS, D. R. G. C. Hábitos de exposição ao sol e uso de fotoproteção entre estudantes universitários de Teresina, Piauí. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 23, n.3, p. 487-496, jul-set. 2014. Disponível em:< http://www.scielosp.org/pdf/ress/v23n3/1679-4974-ress-23-03-00487.pdf>. Acesso em:21/06/2016.

INCA estima que haverá 596.070 novos casos de câncer em 2016. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/estimativa_incidencia_cancer_2016.> Acesso em 21/06/2016.

INCA. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro : Inca, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf > Acesso em: 11/06/2016.

LAGES, R. B. et al. Detecção Precoce do Câncer de Pele: experiência de campanha de prevenção no Piauí-brasil. Rev. Bras. Promoção Saúde, Fortaleza, v. 25, n. 2, p. 221-227, abr./jun. 2012. Disponível em: <http://ojs.unifor.br/index.php/rbps/article/view/2233/2457>. Acesso: 21/06/2016.

LEAL, C. K. M.; COSTA, M. S. S.; HOLANDA, E. S. O. M. Medidas preventivas do câncer de pele utilizados por mototaxistas de uma unidade da federação no nordeste brasileiro. R. Interd, Teresina, v. 7, n. 1, p. 141-151, jan/fev/ mar. 2014. Disponível em:<http://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/183/pdf_104> Acesso em: 21/06/2016.

SILVA, L. R.; BOTELHO, A. C. F. Proteção solar para crianças: estudo preliminar sobre conhecimentos e atitudes dos pais. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 2-6, jan./jun. 2011. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/8587/6624> Acesso em: 21/06/2016.

Vídeo disponível em: https://youtu.be/mLd7xNLrO3E . Acesso em 30 jul. 2016.

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