Atualmente,
câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, caracteriza-se
pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras
estruturas orgânicas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos
desse tipo de crescimento celular.
Câncer de pele é a segunda causa de óbito no Brasil,
dentre os tipos distingue-se o melanoma cutâneo que tem predominância em
adultos brancos. Representa apenas 4% das neoplasias malignas da pele, sendo o
tipo mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
De acordo com Leal, Costa e Holanda, (2014) a pele é
um órgão que reveste todo o corpo do indivíduo e é o grande responsável pela
proteção contra as agressões externas, tais como: fungos, bactérias, dentre
outros, e ainda os fatores ambientais, como o sol. Porém, mesmo com toda esta
proteção, a pele é permeável e absorve substâncias, e considerando então, o
tempo de exposição, pode o individuo desenvolver alterações que podem levar ao
que é denominado de câncer.
Dentre os inúmeros fatores de risco para o
desenvolvimento de neoplasia maligna epitelial, Lages et al. (2012) também destaca
a exposição solar como o maior agente ambiental implicado na indução de
câncer de pele não melanoma, estando também relacionado ao desenvolvimento do
melanoma. O câncer não-melanoma está associado à ação solar cumulativa, e o
melanoma, a episódios intensos de exposição solar aguda, resultando em
queimadura solar. Assim, a exposição solar de maneira frequente e gradativa,
mesmo sem queimaduras, pode danificar a pele pelo efeito cumulativo da radiação
ultravioleta.
O câncer de pele é a neoplasia maligna mais comum
tanto em homens como em mulheres, em todo o mundo. A identificação dos seus
estágios iniciais pode reduzir taxas de morbidade e mortalidade, o que pode ser
realizado por meio de três níveis de programas de prevenção: a primária previne
a ocorrência da enfermidade, a secundária consiste no diagnóstico precoce por
meio de rastreamento e a terciária previne deformidades, recidivas e morte. (op
cit.)
Segundo
Silva e Botelho (2011) a prevenção primária do câncer da pele deve ter como
principal população-alvo a infantil, uma vez que as crianças se expõem ao sol
três vezes mais que os adultos, e a exposição cumulativa durante os primeiros
10 a 20 anos de vida determinam o risco de câncer da pele, mostrando ser a
infância uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol.
O INCA (2011) afirma que as células normalmente sofrem
processos de mutação espontânea que não alteram seu desenvolvimento normal,
porém podem sofrer uma mutação genética, ou seja, alterações no DNA dos genes e
quando são alterados passam a receber instruções erradas para as suas
atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados
proto-oncogenes, que, a princípio, são inativos em células normais. Quando
ativados, os proto-oncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela
malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são
denominadas cancerosas, assim o processo de formação do câncer é chamado de
carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar
vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor
visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou
carcinógenos, e características individuais (hereditárias) são os responsáveis
pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor.
Para Didier,
Brum e Aerts (2014) a fotoproteção é mencionada como um dos principais
meios para redução dos índices de câncer de pele, assim como a pele branca
demonstrou-se mais propensa. E a escolaridade e informações também foram tidas
como de grande relevância para a prevenção, assim como medidas educativas
desenvolvidas pela enfermagem para orientar as pessoas como um todo, e
principalmente grupos de risco, ou seja, pessoas que necessariamente estão
expostas aos raios solares diariamente.
Um dos grupos de maior
risco apontado são as crianças por estas se exporem várias horas a radiação
solar em brincadeiras e apesar dos pais terem apresentado alguns conhecimentos
sobre os riscos da exposição solar sem proteção, Silva e Botelho (2011) atribui
o baixo índice de utilização de fotoprotetores pelas crianças como consequência
do baixo nível de informação que os pais têm sobre o tema, sugerindo assim a
necessidade de ações de educação em saúde efetiva na escola e também na
comunidade.
Os homens foram apontados
como os que apresentam proteção inadequada com relação às mulheres dentre as
justificativas encontra-se a de que as mulheres ainda são as mais preocupadas
com a saúde, como foi demonstrado por Lages et al. (2012) de que numa amostra
de 1141 pessoas examinadas 35,4% eram homens, e destes 73,1%
relataram proteção solar inadequada.
O INCA- Instituto Nacional de Câncer
José Alencar Gomes da Silva, estima que
haverá 596.070 novos casos de câncer em 2016, destes o de Pele,
próstata e mama serão os cânceres mais incidentes. O tipo de câncer mais
incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma 175.760 casos novos a
cada ano.
Diante
do exposto, percebe-se que a história pessoal e familiar de neoplasia
epitelial, cor não-negra e sexo masculino estiveram associados com maiores
chances de desenvolvimento de câncer de pele. Além disso, a exposição solar sem
proteção
Acrescenta-se
também com base nas leituras, que são necessárias ações efetivas desenvolvidas
pelas equipes de saúde visando esclarecer dúvidas e incentivar medidas de
fotoproteção, principalmente nos grupos de maior risco ao desenvolvimento de
neoplasias. Assim como o desenvolvimento de ações de políticas públicas voltadas
para a prevenção.
Veja esse vídeo, para conhecer um pouco mais sobre o câncer de pele:
Veja esse vídeo, para conhecer um pouco mais sobre o câncer de pele:
REFERÊNCIAS
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G. C.
Hábitos de exposição ao sol e uso de fotoproteção entre estudantes
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2014. Disponível em:< http://www.scielosp.org/pdf/ress/v23n3/1679-4974-ress-23-03-00487.pdf>. Acesso em:21/06/2016.
INCA
estima que haverá 596.070 novos casos de câncer em 2016. Disponível
em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/estimativa_incidencia_cancer_2016.> Acesso
em 21/06/2016.
INCA.
ABC do câncer: abordagens básicas para o
controle do câncer. Rio de Janeiro : Inca, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf > Acesso em:
11/06/2016.
LAGES, R. B. et al. Detecção Precoce do Câncer de Pele: experiência de campanha de prevenção
no Piauí-brasil. Rev. Bras.
Promoção Saúde,
Fortaleza, v. 25, n. 2, p. 221-227, abr./jun. 2012. Disponível em: <http://ojs.unifor.br/index.php/rbps/article/view/2233/2457>.
Acesso:
21/06/2016.
LEAL, C. K.
M.; COSTA, M. S. S.; HOLANDA, E. S. O. M. Medidas preventivas do câncer de pele utilizados por mototaxistas de uma
unidade da federação no nordeste brasileiro. R. Interd, Teresina, v. 7, n. 1, p. 141-151, jan/fev/ mar. 2014.
Disponível em:<http://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/183/pdf_104> Acesso em: 21/06/2016.
SILVA, L. R.; BOTELHO, A. C. F. Proteção solar para crianças: estudo preliminar sobre conhecimentos e
atitudes dos pais. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 2-6,
jan./jun. 2011. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/8587/6624>
Acesso em: 21/06/2016.
Vídeo disponível em: https://youtu.be/mLd7xNLrO3E . Acesso em 30 jul. 2016.
Vídeo disponível em: https://youtu.be/mLd7xNLrO3E . Acesso em 30 jul. 2016.